Gastronomia de rua ganha força no Brasil, impulsionada pela busca por experiências autênticas e acessíveis. O modelo atrai empreendedores com pouco capital inicial e alto desejo de retorno rápido. No entanto, o sucesso no segmento exige mais que talento na cozinha. Neste artigo, você vai entender por que escolher um nicho é essencial, como organizar o planejamento financeiro e de que forma a localização pode definir o futuro do negócio. Também vamos abordar a importância de padronizar processos caso o empreendedor deseje escalar sua operação para outros pontos de venda.
Nicho de mercado: o primeiro ingrediente

Definir um nicho é o passo inicial para quem deseja empreender na gastronomia de rua. Seja com hambúrguer artesanal, comida vegana, doces gourmet ou pratos regionais, a especialização facilita a criação de uma identidade forte. Segundo Marcelo Politi, especialista em negócios gastronômicos, muitos iniciantes cometem o erro de montar cardápios extensos, tentando agradar a todos. Essa estratégia, porém, compromete a eficiência e a proposta da marca.
Com um cardápio enxuto, o empreendedor reduz desperdícios e otimiza o processo operacional. Além disso, itens com alta rotatividade garantem maior margem de lucro e melhor controle de estoque. Politi reforça: “Focar em poucos itens bem executados é o segredo para atrair e fidelizar clientes.”
Outro fator importante envolve a escolha de fornecedores. Manter boas relações comerciais e adotar fichas técnicas detalhadas para cada produto são práticas que impactam diretamente na rentabilidade. O controle rigoroso do Custo de Mercadoria Vendida (CMV) evita surpresas financeiras no fim do mês. O planejamento financeiro, aliado ao controle de compras, pode representar a diferença entre lucro e prejuízo.
Analisar a concorrência é outro passo fundamental. Observar o que os outros vendedores oferecem, quais os preços praticados e como é o atendimento pode trazer insights valiosos. Da mesma forma, estudar a localização ideal pode determinar o sucesso da operação. Pontos com alto fluxo de pessoas, boa visibilidade e fácil acesso geralmente geram melhores resultados.
Para quem já pensa em crescer, a escalabilidade da gastronomia de rua é uma realidade. Muitos negócios começam com uma barraca e, ao longo do tempo, evoluem para food trucks, quiosques ou mesmo franquias. Nesse caso, a padronização de processos e o treinamento da equipe são imprescindíveis. A criação de uma comunicação de marca consistente também fortalece a percepção do público e facilita a expansão.
Ao final, Marcelo Politi resume bem o desafio: “Empreender na gastronomia de rua exige mais do que paixão pela culinária. É preciso planejamento, estratégia e foco. Com os ingredientes certos, o sucesso pode estar logo ali, na próxima esquina.”
Sobre Marcelo Politi – Formado em hotelaria e gastronomia pela Ecole des Roches (Association Suisse d’Hôtellerie), na Suíça, e pós-graduado em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Foi diretor de Marketing da rede de hotéis Sofitel no Brasil e liderou a implantação do Hard Rock Café no país. Politi também é fundador da Politi Academy, especializada em gestão para negócios de alimentação.
Sobre a Politi Academy – Com cinco anos de atuação, a plataforma criada por Marcelo Politi já ajudou mais de 3.000 empresários do setor de food service. A empresa oferece cursos de gestão, administração, marketing e planejamento para negócios gastronômicos. Um dos destaques é o evento anual Acelera Food Nation, voltado à aceleração de negócios na gastronomia.